A paixão dos brasileiros está caminhando para se tornar também a dos americanos. E o empreendedorismo de brasileiros tem o dedo nisso. O empresário Flávio Augusto da Silva, fundador da WiseUp, encabeçou a iniciativa ao adquirir o Orlando City, e foi seguido pelo Ronaldo Fenômeno e Marcus Buaiz, que adquiriram o Fort Lauderdale Strikers.
O futebol americano, que tradicionalmente era mais forte no âmbito infanto-juvenil e feminino, tem crescido fortemente na última década. Até 2010, a MLS, a liga profissional de soccer, pagava para que as emissoras transmitissem os jogos. Em 2014, porém, conseguiu fechar seu primeiro contrato de TV com duas emissoras, pelo qual recebeu US$ 68 milhões. Sua audiência atual, estimada em 21 mil, supera em quase duas vezes a do campeonato brasileiro.
Mas, se qualquer brasileiro já se alegra só por ver o futebol se suceder, o que chama atenção é a visão do Flávio Augusto, Ronaldinho e Marcus Buaiz. Eles enxergaram um nicho inexplorado, pegaram carona no crescimento da MLS e acabaram por também dar sua própria contribuição para a história do futebol no país.
Flávio Augusto, por exemplo, que em 2012 comprou 87% das ações do Orlando City, passou um ano em negociações com as autoridades locais até obter aprovação para ingressar o time na MLS, primeira divisão do futebol. E, assim, o Orlando é hoje o único time do sudeste americano a disputar a liga.
A visão de Flávio levou uma cidade inteira a se engajar na torcida pela taça do campeonato, um cenário inusitado nos Estados Unidos. Foram diversas campanhas de marketing e investimentos ousados, como a contratação de Kaká, que levaram o Orlando de “um time qualquer” para o patamar de uma empresa de rentabilidade altíssima.
Além disso, o empresário criou recentemente um projeto de cotas, onde brasileiros que investem US$ 500 mil na expansão do time e construção do novo estádio, recebem o green card, além de assentos permanentes para os jogos e outros mimos. A idéia genial do empresário foi anunciada após a negação do estado de liberar um fundo que custearia a construção. O time, então anunciou que construiria ele mesmo o estádio, e logo em seguida anunciou as cotas.
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Essas histórias e oportunidades mostram que há um mar de possibilidades ainda para quem tem criatividade e visão para enxergar além do óbvio.
O estado da Flórida tem como carro chefe o turismo, e, por essa razão, sempre terá oportunidades para indústrias clássicas como a hoteleira e de restaurantes. No entanto, a Flórida também é considerada uma economia forte, independente do turismo. Orlando é hoje a 16ª Região Metropolitana que mais cresce nos EUA, hoje com 2,3 milhões de pessoas na Grande Orlando, segundo a Forbes. Miami oferece uma forca de trabalho de mais de 3 milhões de pessoas, além de uma localização estratégica para negócios internacionais. Sem falar nas outras 6 regiões do estado que, em suas particularidades, oferecem uma qualidade de vida altíssima, com baixos custos e abundantes oportunidades de negócios e trabalho.
O exemplo desses brasileiros que enxergaram em uma indústria inexplorada uma oportunidade, mostra que reside também no estado um público consumidor local que anseia por inovações. E quem conseguir enxergar essas oportunidades vai marcar gol de letra.
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